sábado, 17 de maio de 2008

Tá chegando à hora

Tá chegando à hora

Aqui em Nova Friburgo passamos muito tempo preso às calcinhas e aos sutiãs.

O tio Lula criou o Plano de Aceleração do Crescimento, vulgo PAC, que vai incendiar o mercado de trabalho, principalmente no Rio de Janeiro.

A idéia do PAC foi muito legal, contudo, sua abrangência e impacto poderiam ser muito maiores se ele tivesse tomado os seguintes cuidados:

- aumentar a oferta de energia, pois sem energia não existe crescimento verdadeiro;
- melhorar e ampliar a rede de transportes, em seus diversos modais. Não dá para produzir sem ter como escoar a produção. Precisamos, com urgência, de ferrovias, hidrovias e, claro, rodovias.
- melhorar os processos e fazer a dragagem dos portos. O Brasil é um dos maiores produtores de grãos, contudo, o maior navio graneleiro não consegue atracar em nenhum porto do Brasil.
- ampliar a rede de armazéns públicos, para permitir a estocagem temporária de produtos enquanto os preços estiverem baixos, principalmente, os produtos agrícolas.
- reduzir a carga tributária dos produtos brasileiros para torná-los acessíveis a população.
- estimular a compra de maquinários que permitam aumentar a produção fabril. O dólar em baixa vem ajudando as indústrias a atualizar seu parque industrial.

Poderia incluir muitos outros tópicos à lista acima, contudo, ela é suficiente para entendermos como o chamado Custo Brasil encarece os nossos produtos.

Estamos começando a vivenciar um momento impar na geração de empregos. Dois portos serão construídos em nosso estado, uma siderúrgica, diversas obras de infra-estrutura, a construção civil está ficando vigorosa novamente. Teremos obras em grande parte dos municípios fluminenses. O que falar da área de petróleo e gás? Serão cerca de 200.000 novos empregos diretos e indiretos. Apesar da discussão internacional, o etanol produzido através da cana-de-açúcar deve ficar cada vez forte e, portanto, vitaminado.

O reflexo já pode ser visto: comprar um caminhão hoje e recebê-lo em 2009; cursos estão sendo abertos em cada esquina para “qualificar” as pessoas para o mercado de trabalho, pois, já está faltando gente preparada. A oferta de engenheiros, por exemplo, está fazendo com que as empresas contratem recém formados e alunos no último ano da faculdade à preço de ouro, se comparado com o salário mínimo. No final de abril ou no início de maio a Shell colocou um anúncio contratando jovens universitários com um salário inicial variando entre 3.500 e 5.000 reais (administradores, economistas e engenheiros).

A briga pelos talentos já começa a mostrar sua cara.

Nesse contexto, nossa cidade tem tudo para ser um pólo educacional de grande importância. Cabe aqui uma reflexão: será que a “indústria” da educação está preparada para formar alunos, principalmente técnicos e universitários, que sejam competentes em seus ramos de educação? Creio que não! Infelizmente continuamos a fazer do conhecimento a única vertente na formação dos alunos. Só conhecimento não basta! Precisamos desenvolver, também, as habilidades e, sobretudo, as atitudes de nossos discentes. Nunca é demais lembrar que competência passou a ser sinônimo de CHA (conhecimentos, habilidades e atitudes).

Ampliando essa visão, podemos perceber que várias cidades fluminenses serão palcos da instalação de empresas que irão prestar serviços para essas áreas com grande potencial de crescimento. Gostaria de ver Nova Friburgo implantando empresas de alta tecnologia. Ela é mais limpa, agrega valor ao produto/serviço, necessita de capital intelectual (e não apenas de mão-de-obra) e é geradora de salários mais apetitosos. Não devemos esquecer que possuímos várias universidades, diversas escolas técnicas e um ensino médio muito bom se comparado com o resto do país.

Um outro aspecto interessante é que grande parte dos atuais empregados estão insatisfeitos com seus empregos. Normalmente, por inabilidade de seus gestores. Com o crescimento, é quase certo que iremos observar a “dança das cadeiras”, onde os empregados competentes mudarão de posição muito mais depressa que aqueles que estão ingressando no mercado de trabalho. Isto indica que as empresas devem mudar o foco de sua gestão e, finalmente, entrarem na era do conhecimento, onde os colaboradores precisam de uma nova forma de serem administrados.A situação atual me faz lembrar de meados dos anos oitenta, quando as grandes corporações começaram seu processo de implantação de microinformática. Naquele momento os gestores, não preparados para lidar com a “nova” tecnologia, não sabiam como lidar com seus colaboradores. Naquela época eu chamava essas pessoas de peopleware, hoje, o termo profissional líquido me parece mais apropriado.

Em resumo: o país vai crescer e precisar de pessoas competentes e as empresas vão precisar se reinventar, sob pena de perderem seus talentos por inabilidade de gestão.

Se você é um profissional líquido aproveite o momento. Está chegando a SUA hora.

Um comentário:

Unknown disse...

Que bom
tava na hora da situação de trabalhabilidade e empregabilidade desse país subri um nível
sacana o tio lula... tem até umas idéias maneiras, só que não pensa no "plano de negócios" para realizar o que ele quer
pelo menos desta vez só a intenção já ajudou muito. se tivessemos um país mais perparado pra esses crescimentos que virão seria muito melhor
mas já está bom. agora é correr atrás das oportunidadesw. correr atrás não, junto delas.
um abraço professor