quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Evolução das estruturas organizacionais

Evolução das organizações

1) Mundo Atual: Novos tempos, novas atitudes



“O mundo das organizações – o mundo dos negócios – está mudando com uma rapidez incrível. Tal mudança vem apresentando uma velocidade e profundidade cada vez maior. Mais ainda: a mudança está se tornando profunda e descontínua. Isso significa que a mudança está trazendo uma verdadeira ruptura com relação ao passado. A descontinuidade significa que as inovações estão fazendo com que o presente seja completamente diferente do passado. No decorrer das últimas décadas, o ímpeto das mudanças está se caracterizando por uma incrível aceleração. De um modo geral, o século XX – o século das burocracias e das fábricas – passou por três etapas distintas no que se refere à estrutura organizacional das organizações: a era industrial clássica, a era industrial neoclássica e a era da informação.”
Palavras e frases como – ética, responsabilidade social e ambiental, globalização, informação rápida e aprofundada, espírito empreendedor, cultura de inovação, qualidade e excelência, resiliência, ambiente altamente competitivo, competência (CHA), “coopetição”, tecnologia volátil e clientar – são conceitos que vieram para ficar, pelo menos nos próximos anos.
A atitude, felizmente, é cada vez mais valorizada. Quando o conhecimento é aplicado com uma nova percepção da realidade dos negócios, ai pode residir toda a diferença entre o sucesso e o insucesso.
O capital vem mudando de mãos, antes eram os senhores das terras, depois os industriais, agora, e para os próximos anos, os detentores do conhecimento e, principalmente, da informação relevante. Os Bil Gates que o digam.
Os formatos dos organogramas nos mostram essa realidade:

Na Era Industrial Clássica...

A Era Industrial Clássica ocorreu entre 1900 e 1950, e trouxe características bem marcantes: industrialização; divisão do trabalho; muitos níveis hierárquicos e coordenação centralizada; departamentalização funcional para assegurar a especialização; padrões rígidos de comunicação e cargos definitivos e limitados; pequena capacidade de processamento da informação; cargos individuais especializados com tarefas simples e repetitivas; ênfase na eficiência da produção, no método e na rotina; adequado para o ambiente estável e imutável e tecnologia fixa e permanente; nenhuma capacidade para mudança e inovação; estabilidade; poucas mudanças; previsibilidade.
Éramos chamados de mão-de-obra, pois para realizar essas tarefas eram necessárias apenas às mãos.
Foi o tempo do DP (Departamento Pessoal).






Na Era Industrial Neoclássica...


Na Era Industrial Neoclássica, entre 1950 e 1990, o foco passou para: desenvolvimento industrial; aumento da mudança; fim da previsibilidade; inovação; desenho híbrido: estrutura funcional acoplada à estrutura de P/S (produto/serviço ou projeto/sistema); coordenação descentralizada sob dupla subordinação: autoridade funcional e autoridade de projeto (produto/serviço); padrões duplos de interação em cargos mutáveis e inovadores; aumento da capacidade de processamento da informação; cargos adequados para as tarefas mais complexas e inovadoras; ideal para ambiente instável e mutável e tecnologia mutável; razoável capacidade para mudança.
Passamos a ser chamados por Recursos Humanos. Recursos de uma empresa: materiais, financeiros e .... humanos.
Foi a era da Administração de Recursos Humanos.

Na Era da Informação...



Na Era da Informação, que começou após 1990, o norte passou para: tecnologia da informação; serviços; aceleração da mudança; imprevisibilidade; instabilidade e incerteza; ênfase em equipes autônomas e não mais em órgãos ou departamentos; elevada interdependência entre redes internas de equipes; organização ágil, maleável, fluida, simples e inovadora; intensa interação através de cargos autodefinidos e mutáveis; cargos flexíveis e adequados a tarefas complexas e variadas; capacidade expandida de processamento da informação; ênfase na mudança, na criatividade e na inovação; ideal para ambiente mutável e dinâmico e tecnologia de ponta. É a Era da Gestão de Pessoas, onde o colaborador passa a ser chamado de Capital Intelectual.


Como podemos observar, o foco partiu de um desenho onde a hierarquia e os setores eram o mote, para uma estrutura onde a equipe e o compartilhamento passam a ser o foco central. Dessa evolução podemos transcender que a nova empresa exige o trabalho em equipe, com pessoas resilientes, em um ambiente de grande volatilidade.
Como se trata de um termo recentemente adotado em administração de empresas cabe aqui caracterizar o significado de resiliência. Para Gehringer (2005), “é a capacidade que poucas pessoas têm de se adaptar às novas situações”, adentrando nesse conceito temos:
“Para as ciências físicas,..., a resiliência é o poder ou a habilidade de uma dada substância de retomar sua forma original depois de modificada ou danificada por alguma razão. Um material alterado, amassado, comprimido, puxado ou empurrado tende a voltar ao seu estado anterior, quando tem características resilientes. [...]. Organizações e pessoas resilientes apresentam esse mesmo poder ou habilidade: quando agredidas por algum elemento externo, elas sacodem a poeira e dão a volta por cima.” (CHIAVENATO, Gestão de Pessoas e Administração de Novos Tempos. Editora Campus, 2005).

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Competência?

Competência?

"Muito se têm falado sobre competência. Mas o que ela significa? Para mim ela pode ser retratada pela “Cerimônia do C.H.A.”.

Até pouco tempo buscava-se o saber, claramente expresso por Conhecimento.
Logo as empresas perceberam que somente ele era insuficiente para fazê-las crescer. E mais, Conhecimento sem aplicação prática é como um perfume sem fixador, em pouco tempo perde o cheiro.

Então entra em cena a Habilidade, ou o saber fazer. O profissional do passado recente precisava de Conhecimentos e de Habilidades. Hoje se sabe que apenas esses dois aspectos são insuficientes para as empresas se manterem vigorosas no ecossistema empresarial.
Um terceiro ingrediente passou a ser procurado pelos gestores de pessoas: a Atitude, ou saber ser.

Assim, o C.H.A. (Conhecimento, Habilidade e Atitude) passou a ser sinônimo de competência profissional.

Cada vez mais entram no mercado de trabalho pessoas com informações cada vez mais aprofundadas sobre determinados grupos de assuntos e dessa forma o saber passa quase que a se banalizar ou, ao menos, passa a ser uma coisa que todos possuem. Um grupo menor de pessoas, além de conhecerem profundamente sobre a área de atuação possui características que as permitem transportarem conceitos teóricos para o mundo real e, portanto mutável. Mas o que dizer daquele seleto grupo que além desses quesitos são atletas da corrida empresarial? Alguém pode imaginar o Giba da Seleção de Vôlei sem saber se portar em uma partida? Sim! É a ATITUDE o grande diferencial humano na atualidade. Quando tudo parece perdido o Profissional Líquido tira de suas entranhas uma energia renovadora e revigoradora que o faz transmutar aquela situação desesperadora.

Interessante observar que maioria das instituições de ensino universitário no Brasil, quiçá no mundo, continua privilegiando apenas o primeiro dos componentes do C.H.A. Algumas poucas, principalmente por conta de docentes antenados com o mercado, desenvolvem Habilidades importantes como, por exemplo: trabalhar em time, apresentar idéias em público, construir novas variáveis a partir de situações-problemas, dentre outras. Mas qual instituição se preocupa realmente em fomentar Atitudes em seus programas de ensino?

Um outro aspecto importante a ser ressaltado é o fato de que antigamente, até por força da especialização preconizada por Ford, os profissionais detinham grande conhecimento sobre um determinado assunto. Hoje não se espera de um profissional o domínio de apenas um dos vetores do conhecimento, ao contrário, e sim aquele que é capaz de deter aprofundado saber sobre uma área do conhecimento. É a era do profissional multi-especialista. Alinhado com essa característica é interessante observar que empresas de saúde em todo mundo estão apostando no médico de família, um multi-especialista."

Oscar Correia
O Profissional Líquido - Um olhar comportamental sobre o novo colaborador