Muitas empresas adotam a Visão como um marco a ser alcançado,
algumas outras conseguem detalhar o que deve ser feito nos níveis estratégico,
tático e operacional, seguindo os preceitos preconizados no Balanced ScoreCard.
O que fica difícil de conciliar, muitas vezes, são os modelos mentais predominantes nos
colaboradores e as declarações da Visão.
O binômio, amplamente
adotado: redução de custos e aumento de receitas, habitualmente faz parte do arsenal
adotado pelos colaboradores das empresas. Outro aspecto diz respeito ao que se
considera como desempenho superior que são aqueles resultados obtidos no curto
prazo. Até ai, nada contra. O que devemos ponderar é com relação ao impacto que
essas metas causam na corporação e nos colaboradores.
Se a redução de custos significar, por exemplo, não investir
em um novo maquinário já previsto, duas situações fatalmente serão geradas: a
primeira, no curto prazo, os números vão indicar uma diminuição nos gastos, ou
seja, um desempenho superior na redução de custos, contudo, uma segunda
situação vai ocorrer em um espaço de tempo um pouco mais distante, os custos de
produção vão perder competitividade e aí, quem não vai gostar são os clientes.
Os clientes insatisfeitos com o preço do produto vão deixar de consumi-los o que
fatalmente irá afetar as receitas e, consequentemente, o humor dos acionistas.
Resultado: nova redução de custos, agora impactando diretamente nos
colaboradores. É preciso estar atento ao curto prazo sem perder de vista o
longo prazo.
O que muitas empresas esquecem, qualquer que seja a Visão, é
que para atingir resultados excepcionais são necessárias pessoas excepcionais,
talentosas e engajadas.
Nunca é demais lembrar que o grande desafio das empresas,
principalmente as do Rio de Janeiro, continua sendo a retenção do colaborador e,
este cenário não deve mudar, significativamente, até 2016. E o que dizer da
retenção da geração Y?
Bem... E como podemos reter pessoas? Claro que salários e
benefícios são importantes, principalmente porque eles sofreram um forte
achatamento nas últimas décadas. Contudo, isso parece ser uma constante no
mercado. Para reter pessoas é necessário
que o modelo mental predominante seja aquele que perceba que são as pessoas que
fazem a diferença.
Este modelo mental pressupõe que os colaboradores sejam respeitados
como seres humanos capazes de transformar realidades adversas. Considera ainda
que a transparência deve permear todas as ações empresariais, ai se pode
incluir a ética, a sustentabilidade, o desenvolvimento das pessoas e o atendimento dos anseios dos stakeholders. Pessoas que agem com respeito e transparência vias de regra conseguem obter um ambiente de trabalho agradável. Se a esses ingredientes incluirmos trabalho
em rede, onde as pessoas participem e se citam desafiadas em suas
atividades, muito provavelmente, criamos um ambiente de trabalho único, e,
certamente, o colaborador vai levar isso
em conta na hora de pensar em mudar de emprego.
Bem, uma empresa cujo modelo mental dos colaboradores seja o acima descrito,
dificilmente, vai ter dificuldades em atingir resultados.
Para atingir resultados excepcionais de forma duradoura, é
preciso que as pessoas sejam tratadas com respeito e com a transparência
transpassando todas as ações. Trabalho em rede é outro aspecto que facilita
atingir e superar metas. Assim, respeito, transparência e trabalho em rede são
os ingredientes principais da receita de sucesso. Metas dependem de pessoas
para serem atingidas.