sábado, 2 de junho de 2012

Metas dependem de pessoas para serem atingidas




Muitas empresas adotam a Visão como um marco a ser alcançado, algumas outras conseguem detalhar o que deve ser feito nos níveis estratégico, tático e operacional, seguindo os preceitos preconizados no Balanced ScoreCard.

O que fica difícil de conciliar, muitas vezes,  são os modelos mentais predominantes nos colaboradores e as declarações da Visão.

 O binômio, amplamente adotado: redução de custos e aumento de receitas, habitualmente faz parte do arsenal adotado pelos colaboradores das empresas. Outro aspecto diz respeito ao que se considera como desempenho superior que são aqueles resultados obtidos no curto prazo. Até ai, nada contra. O que devemos ponderar é com relação ao impacto que essas metas causam na corporação e nos colaboradores.

Se a redução de custos significar, por exemplo, não investir em um novo maquinário já previsto, duas situações fatalmente serão geradas: a primeira, no curto prazo, os números vão indicar uma diminuição nos gastos, ou seja, um desempenho superior na redução de custos, contudo, uma segunda situação vai ocorrer em um espaço de tempo um pouco mais distante, os custos de produção vão perder competitividade e aí, quem não vai gostar são os clientes. Os clientes insatisfeitos com o preço do produto vão deixar de consumi-los o que fatalmente irá afetar as receitas e, consequentemente, o humor dos acionistas. Resultado: nova redução de custos, agora impactando diretamente nos colaboradores. É preciso estar atento ao curto prazo sem perder de vista o longo prazo.

O que muitas empresas esquecem, qualquer que seja a Visão, é que para atingir resultados excepcionais são necessárias pessoas excepcionais, talentosas e engajadas.
Nunca é demais lembrar que o grande desafio das empresas, principalmente as do Rio de Janeiro, continua sendo a retenção do colaborador e, este cenário não deve mudar, significativamente, até 2016. E o que dizer da retenção da geração Y?

Bem... E como podemos reter pessoas? Claro que salários e benefícios são importantes, principalmente porque eles sofreram um forte achatamento nas últimas décadas. Contudo, isso parece ser uma constante no mercado.  Para reter pessoas é necessário que o modelo mental predominante seja aquele que perceba que são as pessoas que fazem a diferença.

Este modelo mental pressupõe que os colaboradores sejam respeitados como seres humanos capazes de transformar realidades adversas. Considera ainda que a transparência deve permear todas as ações empresariais, ai se pode incluir a ética, a sustentabilidade, o desenvolvimento das pessoas  e o atendimento dos anseios dos stakeholders.  Pessoas que agem com respeito e transparência vias de regra conseguem obter um ambiente de trabalho agradável. Se a esses ingredientes incluirmos trabalho em rede, onde as pessoas participem e se citam desafiadas em suas atividades, muito provavelmente, criamos um ambiente de trabalho único, e, certamente,  o colaborador vai levar isso em conta na hora de pensar em mudar de emprego.

Bem, uma empresa cujo modelo mental  dos colaboradores seja o acima descrito, dificilmente, vai ter dificuldades em atingir resultados.

Para atingir resultados excepcionais de forma duradoura, é preciso que as pessoas sejam tratadas com respeito e com a transparência transpassando todas as ações. Trabalho em rede é outro aspecto que facilita atingir e superar metas. Assim, respeito, transparência e trabalho em rede são os ingredientes principais da receita de sucesso. Metas dependem de pessoas para serem atingidas.