sexta-feira, 20 de julho de 2012


Reologia Corporativa

Há um tempo falamos sobre esse assunto em nosso blog.

Algumas palestras foram feitas e, via de regra, os participantes concordavam com a visão apresentada sobre o assunto.  Porque então não foram feitas as mudanças necessárias?

Para os que não leram sobre o assunto, a reologia, em seu conceito original, é o estudo da deformação dos materiais.  Adaptando o conceito, emprestado da mecânica de fluidos, ao mundo corporativo, teríamos o estudo das deformações, ou mudança nas atitudes, dos colaboradores em função do gerenciamento errado nas empresas.

Vejamos um caso que tem tirado o sono de muitos profissionais de Gestão do Capital Humano: como reter os talentosos?

As empresas, conforme pesquisa da ManpowerGroup, estão tendo uma grande dificuldade em contratar pessoas talentosas e qualificadas para ocupar diversos cargos. Bem, isso também está acontecendo no resto do mundo.

No Brasil[1], 71% dos empregadores acham que essa dificuldade em contratar pessoas não vai ter nenhum ou, se houver, o impacto será muito pequeno sobre os seus stakeholders, em especial os clientes e investidores.

Que tipo de impacto essa miopia empresarial pode causar nos colaboradores?

No curto prazo, sobrecarga de trabalho. Claro, alguém deve estar fazendo, além de seu trabalho, uma parte daquelas atividades que não estão sendo feitas pelo tal do talentoso que ainda não foi contratado. No começo tudo bem, mas se essa situação perdurar? Qual será o impacto dessa decisão empresarial na automotivação dos colaboradores? Certamente não será muito boa. Eis aí um ótimo exemplo de reologia corporativa.

O mais grave é que essa autodesmotivação servirá de “porta aberta” para uma mudança do funcionário sobrecarregado e, talvez, não reconhecido.

Claro que contratar está muito difícil, mais difícil ainda está manter as pessoas motivadas e interessadas em permanecer nas empresas. Uma recente pesquisa indicava que 94% dos colaboradores estariam dispostos a estudar uma possível mudança de empregador. Por quê? Por causa de um conjunto de ações de gerenciamento que beneficiam, normalmente, apenas os investidores e, muitas vezes, em detrimento aos colaboradores.

O mercado de trabalho, em especial do Rio de Janeiro,  está comprador de talentos e deve permanecer assim até, pelo menos, 2016. O governo vem fazendo o dever de casa na tentativa de qualificar pessoas, mas quanto tempo vai demorar  até que elas estejam prontas? O Pronatec e o Promimp são bons exemplos disso.

E até lá, como sua empresa vai suportar o assédio de seus concorrentes?

O que você está fazendo para segurar os seus talentos?

Você está atento à reologia corporativa? Os rumos estão sendo corrigidos?

Quando os ventos sopram forte no mundo corporativo, o respeito, a transparência, o pensar e agir em rede, a valorização e a preocupação com o desenvolvimento dos colaboradores costumam surtir efeito e tornar o ambiente de trabalho único  e, portanto, vai fazer com que ele pense duas vezes antes de mudar de trabalho.

Claro, enquanto não corrigirmos a razão dos problemas, iremos passar boa parte de nosso tempo apagando o incêndio provocado pelos gestores incompetentes.

Procure identificar as ações que possam causar deformação nas atitudes de seus colaboradores e procure eliminá-las. Assim agindo, a Reologia corporativa, ou seja, as deformações na motivação e no engajamento de seus parceiros internos, vai deixar de ser um fantasma em sua empresa.




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