Reologia Corporativa
Há um tempo falamos sobre esse assunto em nosso blog.
Algumas palestras foram feitas e, via de regra, os
participantes concordavam com a visão apresentada sobre o assunto. Porque então não foram feitas as mudanças
necessárias?
Para os que não leram sobre o assunto, a reologia, em seu
conceito original, é o estudo da deformação dos materiais. Adaptando o conceito, emprestado da mecânica
de fluidos, ao mundo corporativo, teríamos o estudo das deformações, ou mudança
nas atitudes, dos colaboradores em função do gerenciamento errado nas empresas.
Vejamos um caso que tem tirado o sono de muitos
profissionais de Gestão do Capital Humano: como reter os talentosos?
As empresas, conforme pesquisa da ManpowerGroup, estão tendo
uma grande dificuldade em contratar pessoas talentosas e qualificadas para
ocupar diversos cargos. Bem, isso também está acontecendo no resto do mundo.
No Brasil[1],
71% dos empregadores acham que essa dificuldade em contratar pessoas não vai
ter nenhum ou, se houver, o impacto será muito pequeno sobre os seus
stakeholders, em especial os clientes e investidores.
Que tipo de impacto essa miopia empresarial pode causar nos colaboradores?
No curto prazo, sobrecarga de trabalho. Claro, alguém deve estar
fazendo, além de seu trabalho, uma parte daquelas atividades que não estão
sendo feitas pelo tal do talentoso que ainda não foi contratado. No começo tudo
bem, mas se essa situação perdurar? Qual será o impacto dessa decisão
empresarial na automotivação dos colaboradores? Certamente não será muito boa.
Eis aí um ótimo exemplo de reologia corporativa.
O mais grave é que essa autodesmotivação servirá de “porta
aberta” para uma mudança do funcionário sobrecarregado e, talvez, não
reconhecido.
Claro que contratar está muito difícil, mais difícil ainda
está manter as pessoas motivadas e interessadas em permanecer nas empresas. Uma
recente pesquisa indicava que 94% dos colaboradores estariam dispostos a
estudar uma possível mudança de empregador. Por quê? Por causa de um conjunto de
ações de gerenciamento que beneficiam, normalmente, apenas os investidores e,
muitas vezes, em detrimento aos colaboradores.
O mercado de trabalho, em especial do Rio de Janeiro, está comprador de talentos e deve permanecer
assim até, pelo menos, 2016. O governo vem fazendo o dever de casa na tentativa
de qualificar pessoas, mas quanto tempo vai demorar até que elas estejam prontas? O Pronatec e o
Promimp são bons exemplos disso.
E até lá, como sua empresa vai suportar o assédio de seus
concorrentes?
O que você está fazendo para segurar os seus talentos?
Você está atento à reologia corporativa? Os rumos estão
sendo corrigidos?
Quando os ventos sopram forte no mundo corporativo, o
respeito, a transparência, o pensar e agir em rede, a valorização e a preocupação
com o desenvolvimento dos colaboradores costumam surtir efeito e tornar o
ambiente de trabalho único e, portanto, vai
fazer com que ele pense duas vezes antes de mudar de trabalho.
Claro, enquanto não corrigirmos a razão dos problemas,
iremos passar boa parte de nosso tempo apagando o incêndio provocado pelos
gestores incompetentes.
Procure identificar as ações que possam causar deformação
nas atitudes de seus colaboradores e procure eliminá-las. Assim agindo, a
Reologia corporativa, ou seja, as deformações na motivação e no engajamento de
seus parceiros internos, vai deixar de ser um fantasma em sua empresa.
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