segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

É preciso crescer


É preciso crescer

No dia 16/02/13, o Jornal A Voz da Serra, através do colunista Giuseppe Massimo, publicou as seguintes notas:

“EMPREGO EM BAIXA (1)[1]
Nova Friburgo fechou 2012 em baixa.
Segundo o Caged, cadastro geral de emprego e desemprego do Ministério do Trabalho, o número de empregos formais no município encolheu cerca de 1%.
Ou seja, foram 515 empregos a menos em relação ao ano anterior.
Vale lembrar que, em 2011, a tragédia climática já havia atingido em cheio o nível de emprego aqui, na cidade.

EMPREGO EM BAIXA (2)
Nova Friburgo perdeu 515 empregos com carteira assinada em 2012.
Segundo o Ministério do Trabalho, o município ficou na rabeira do ranking estadual.
Entre as cidades com mais de 30 mil habitantes, Nova Friburgo foi a 37ª.
É, digamos, um resultado catastrófico.”

Refletindo com base nestas informações, é preciso que  governo e  empresários assumam, de uma vez por todas, uma postura que possibilite a geração de emprego e renda na cidade de Nova Friburgo, sob pena de continuarmos seu esvaziamento econômico.

No ano de 2011, por conta das ações climáticas na região serrana, muitas empresas tiveram que demitir e, outras tantas foram obrigadas a “fechar suas portas”, quer por causa das inundações, quer por  deslizamentos, ou ainda, em função da forte diminuição dos pedidos de seus clientes. Foi um ano doloroso.

O governo para minimizar o impacto sobre a economia criou linhas de crédito específicas, além de liberar parte do FGTS aos habitantes das regiões afetadas. Mesmo assim, demoramos muito a recompor o quadro funcional anterior à tragédia.

Para agravar este quadro, a busca por pessoas talentosas retirou dessas regiões muitos colaboradores que migraram para outras, em especial para outros municípios do próprio Rio de Janeiro.

Com o início de 2012, esperanças. Com seu término, decepções.

Nova Friburgo fechou o ano com um quadro funcional de colaboradores com carteira assinada menor que no ano anterior. Ocupando um modesto 37º. lugar no ranking do estado. Um fato, no mínimo, preocupante.

Apesar do Eldorado que se transformou o Estado do Rio de Janeiro, geramos menos empregos que no ano da tragédia.

O quê esperar de 2013?

Certamente a busca por pessoas qualificadas vai continuar, e ela, creio eu, será cada vez mais intensa. O motivo? Não se “criam” colaboradores qualificados do dia para a noite.

O governo, além da tradicional oferta de crédito, precisa incentivar a fixação de empresas na região, via redução de impostos e criação de polos de atração de empresas.

Por outro lado, as empresas precisam, com urgência, rever seus planos de cargos e salários e seus benefícios na tentativa de reter seus talentos. Contudo, como nem só de dinheiro vivem os homens, algumas ações gerenciais podem servir como fonte de retenção. É preciso valorizar mais os colaboradores. Claro, salários e benefícios compatíveis com o mercado, hoje comprador de talentos é uma dessas necessidades. Precisamos nos aproximar das faixas salariais praticadas em Macaé, por exemplo.

Todavia, acolher, preparar, desenvolver e valorizar os talentos locais é uma formula de baixo custo que vai permitir que o colaborador pense duas vezes antes de migrar para outros municípios.

Será que uma empresa com alto índice de felicidade no trabalho vai perder seus talentos para outra, cujo índice seja mais baixo, mesmo que seja para ganhar um pouco mais? Positivamente não!

O mundo está sedento de inovações e estas dependem da criatividade. Bem.... criatividade depende de pessoas. Assim, reter talentos, via sua valorização, é questão de sobrevivência.

Outro aspecto que necessita ser considerado é retirar a atenção, exclusivamente, do curto prazo. Empresas longevas criam metas de curto prazo alinhadas com o longo prazo.

Acredito que os atores do ecossistema empresarial (ver artigo sobre os Stakeholders) devem praticar o ganha/ganha. Empresas sustentáveis respeitam seus atores, todos devem ganhar. São eles que possibilitam a vida longa das empresas e seu crescimento.

Mais do que nunca é preciso crescer. Crescer de forma sustentável.


[1] A Voz da Serra de 16/02/13, disponível em http://www.avozdaserra.com.br/coluna.php?colunista=4 . Acesso 17/02/13