domingo, 16 de maio de 2010

Inteligência emocional no mundo N=1 e R=G

Inteligência Emocional no mundo N=1 e R=G

Positivamente uma grande transformação no mundo dos negócios está em andamento.

Por um lado, pesquisas indicam que a Inteligência Emocional é mais importante do que a Inteligência Racional, conforme artigo de Paula Dias, denominado Mens Sana. O artigo indica uma pesquisa cujos resultados podem ser sumarizados como segue:

• 75% Acreditam que a Inteligência Emocional é mais importante que a racional;
• 19% Acreditam que a Inteligência Emocional é tão importante quanto a Técnica;
• 6% Acreditam que a Técnica é mais importante que a Emocional.

Neste artigo Waleska Farias faz a seguinte observação “Na hora de contratar, a empresa quer saber como é o temperamento do candidato. Se interage, tem iniciativa e reage bem ao feedback”. Ou seja, comportamentos que refletem nossas atitudes.

Gostaria de lembrar aos leitores o olhar que mantenho sobre competência, que para mim pode ser sintetizada como CHA (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes). Será que poderíamos associar a Inteligência Emocional a Atitude? Creio que sim, pois nossas atitudes refletem nossa Inteligência Emocional. Será que o Adriano do Flamengo, para não me estender na lista, seria contratado por uma empresa que adotasse essa percepção na seleção de seus candidatos? Creio que não.

Por outro lado, existe uma tendência defendida por Prahalad (2008 p. 10 a 27) que aponta o caminho para empresas inovadoras que querem se manter vivas nos próximos anos, o que ele chama de Princípios N=1 e R=G.

O Princípio N=1 indica que “O indivíduo situa-se no âmago da experiência. Se o lócus do valor se desloca de produtos e serviços para experiências, a criação de valor deve concentrar-se, quase por definição, em cada consumidor como indivíduo”. Assim, esse princípio vai além da customização em grande escala, ele considera a cocriação da experiência única de cada consumidor. Ou seja, você participa da criação do produto que você vai consumir. Esse pilar do novo mundo, parte da premissa de que as empresas precisam aprender a conhecer cada um de seus clientes, mesmo que ele seja um dos seus 100 milhões de clientes, e produzir uma experiência única (produto e/ou serviço) para cada um deles.

Já o “Princípio R=G refere-se à natureza da base de recursos de grandes empresas e ao aprendizado de como acessar recursos de alta qualidade a baixo custo.” Neste segundo pilar, onde R significa recursos e G, globais, as empresas não mais devem se concentrar na propriedade dos recursos e sim no acesso a eles, onde quer que eles estejam.

Um exemplo citado por ele é o do “iPod Fifth Generation, de 30 gigabytes. Os drives de disco são produzidos pela Toshiba; os módulos de display, pela Matsuchita e Toshiba, no Japão; a memora SDRAM, pela Sansung, na Coréia; e os processadores de vídeo, pela Broadcom, empresa americana. A montagem final do produto é feita por uma empresa de Taiwan, a Inventec, em suas instalações na China. A Apple declara com orgulho, no iPod, que ele é “projetado na Califórnia”. A Apple não fabrica o dispositivo nem cria o conteúdo, ou seja, as músicas que vende.(...) A Apple é, efetivamente, um modelo N=1 e R=G, que alavanca sua rede de recursos globais na cocriação de experiência singulares com cada um dos seus clientes”.

Para viver em um mundo vivo, onde as mudanças passaram a ser a normalidade e onde a tecnologia é volátil é preciso mais do que Conhecimento, reflexo da inteligência técnica, é preciso, também, de Habilidades, em seu sentido mais amplo, para colocar em prática os conhecimentos. Contudo, são as Atitudes dos colaboradores, reflexos de suas inteligências emocionais, que fazem a diferença no mundo N=1 e R=G.


Bibliografia

DIAS, Paula. Mens Sana: inteligência emocional passa a ser mais importante que conhecimento técnico. O Globo – Caderno Boa Chance de 16/05/10

PRAHALAD, C.K. e KRISHNAN, M.S. A Nova Era da Inovação: impulsionando a cocriação de valor ao longo das redes globais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008