sábado, 28 de fevereiro de 2009

Crise ou oportunidade?

Crise ou oportunidade?


É... a crise chegou! Falamos tanto dela que ela se materializou, como num passe de mágica.

Mas que crise é esta?
Será que ela é fruto da redução no vigor da economia por problemas de mercado?
Ou será que ela foi provocada pela expectativa dos empresários na proteção da empresas?

Como não sou economista, sinto-me à vontade para comentar o que, sob a minha ótica, está acontecendo.

Lembro-me que quando o Lula foi eleito pela primeira vez eu estava fazendo consultoria para uma Câmara de Comércio Exterior. Naquela ocasião alguns colaboradores de empresas associadas foram chamados para traçar um cenário para o próximo ano – ano da posse do novo presidente. Para alguns – talvez uma maioria – o governo Lula poderia colocar em risco o plano Real. Resultado: todos pararam os incrementos previstos para crescimento e passaram a ter uma atitude defensiva. O dólar foi ao céu!
A economia pós Fernando Henrique seguiu a cartilha do real.

Antes mesmo do Lula, a política econômica vinha, e ainda vem, privilegiando os investimentos externos em ativos voláteis – tipo mercado financeiro. Bom para uma situação estável, temeroso em um momento de espera “pra ver o que vai acontecer”.

Creio que nossa crise, neste momento, é defensiva (no futuro próximo será efetiva).
Os empresários e muitos colaboradores pisaram no freio de seus gastos: o resultado óbvio é a redução no nível de investimentos.
Sabiamente, eles estão aproveitando o momento para realizar alguns ajustes de “caixa” que não puderam fazer diante do potencial crescimento da economia brasileira. Espero, ao menos, que eles tenham descoberto que são as pessoas que fazem à diferença.
Quem está comprando dólares? Claro: os investidores externos que estão vendendo suas posições no Brasil em busca de aplicações com menos risco. Sem falar nos especuladores que saíram da bolsa para comprar e vender dólares.

O governo tem afirmado que vai manter o PAC , o que é ótimo na geração de emprego e renda – ativos escassos em momentos de crise.
No país do Tio Sam, a solução foi, além de suportar os conglomerados financeiros e imobiliários, a criação de um americam pac, onde os investimentos foram direcionados na reforma de prédios públicos e na instalação de equipamentos para geração de energia renovável e pouco agressiva ao meio ambiente. Os europeus não possuem alternativas muito diferentes. Por lá, como nos Estados Unidos, como tudo já está feito as soluções são difíceis de serem implementadas.

Uma lição já pode ser aprendida: as economias são dependentes, portanto, o mundo é um só.

E o nosso PAC? Precisamos aproveitar e fazer o que falta: reduzir impostos (veja o efeito da redução no IPI nos carros), melhorar as estradas e os portos, expandir a rede de saneamento básico, ampliar a malha ferroviária e hidroviária, construir armazéns, construir moradias populares, ou seja, gerar emprego e reduzir um pouco o famigerado custo Brasil.

Como gestor, gostaria de fazer um alerta: cuidado com o foco exclusivo na gestão do curto prazo, ela pode inviabilizar o futuro. As decisões, por exemplo, de protelar a renovação de máquinas e equipamentos podem atrasar o crescimento do amanhã.

Honestamente creio que podemos sair fortalecidos dessa crise se tomarmos as medidas corretas. Felizmente, a crise ainda demora um pouco, não muito, a desembarcar nas terras brasileiras.

O momento brasileiro é de oportunidade!